Job – Jó 23-1

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Então respondeu:

Ainda hoje a minha queixa está em amargura; o peso da mão dele é maior do que o meu gemido.

Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegar ao seu tribunal!

Exporia ante ele a minha causa, e encheria a minha boca de argumentos.

Saberia as palavras com que ele me respondesse, e entenderia o que me dissesse.

Acaso contenderia ele comigo segundo a grandeza do seu poder? Não; antes ele me daria ouvidos.

Ali o reto pleitearia com ele, e eu seria absolvido para sempre por meu Juiz.

Eis que vou adiante, mas não está ali; volto para trás, e não o percebo;

procuro-o ã esquerda, onde ele opera, mas não o vejo; viro-me para a direita, e não o diviso.

Mas ele sabe o caminho por que eu ando; provando-me ele, sairei como o ouro.

Os meus pés se mantiveram nas suas pisadas; guardei o seu caminho, e não me desviei dele.

Nunca me apartei do preceito dos seus lábios, e escondi no meu peito as palavras da sua boca.

Mas ele está resolvido; quem então pode desviá-lo? E o que ele quiser, isso fará.

Pois cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como estas ainda tem consigo.

Por isso me perturbo diante dele; e quando considero, tenho medo dele.

Deus macerou o meu coração; o Todo-Poderoso me perturbou.

Pois não estou desfalecido por causa das trevas, nem porque a escuridão cobre o meu rosto.

Por que o Todo-Poderoso não designa tempos? e por que os que o conhecem não vêem os seus dias?

Há os que removem os limites; roubam os rebanhos, e os apascentam.

Levam o jumento do órfão, tomam em penhor o boi da viúva.

Desviam do caminho os necessitados; e os oprimidos da terra juntos se escondem.

Eis que, como jumentos monteses no deserto, saem eles ao seu trabalho, procurando no ermo a presa que lhes sirva de sustento para seus filhos.

No campo segam o seu pasto, e vindimam a vinha do ímpio.

Passam a noite nus, sem roupa, não tendo coberta contra o frio.

Pelas chuvas das montanhas são molhados e, por falta de abrigo, abraçam-se com as rochas.

Há os que arrancam do peito o órfão, e tomam o penhor do pobre;

fazem que estes andem nus, sem roupa, e, embora famintos, carreguem os molhos.

Espremem o azeite dentro dos muros daqueles homens; pisam os seus lagares, e ainda têm sede.

Dentro das cidades gemem os moribundos, e a alma dos feridos clama; e contudo Deus não considera o seu clamor.

Há os que se revoltam contra a luz; não conhecem os caminhos dela, e não permanecem nas suas veredas.

O homicida se levanta de madrugada, mata o pobre e o necessitado, e de noite torna-se ladrão.

Também os olhos do adúltero aguardam o crepúsculo, dizendo: Ninguém me verá; e disfarça o rosto.

Nas trevas minam as casas; de dia se conservam encerrados; não conhecem a luz.

Pois para eles a profunda escuridão é a sua manhã; porque são amigos das trevas espessas.

São levados ligeiramente sobre a face das águas; maldita é a sua porção sobre a terra; não tornam pelo caminho das vinhas.

A sequidão e o calor desfazem as, águas da neve; assim faz o Seol aos que pecaram.

A madre se esquecerá dele; os vermes o comerão gostosamente; não será mais lembrado; e a iniqüidade se quebrará como árvore.

Ele despoja a estéril que não dá ã luz, e não faz bem ã viúva.

Todavia Deus prolonga a vida dos valentes com a sua força; levantam-se quando haviam desesperado da vida.

Se ele lhes dá descanso, estribam-se, nisso; e os seus olhos estão sobre os caminhos deles.

Eles se exaltam, mas logo desaparecem; são abatidos, colhidos como os demais, e cortados como as espigas do trigo.

Se não é assim, quem me desmentirá e desfará as minhas palavras?

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