Job – Jó 6-1

A Bíblia Online > Antigo Testamento > Livros Poéticos e Sapienciais > > Job – Jó 6-1 [Jó 6:1 - Jó 7:21]

Então , respondendo, disse:

Oxalá de fato se pesasse a minhá magoa, e juntamente na balança se pusesse a minha calamidade!

Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido temerárias.

Porque as flechas do Todo-Poderoso se cravaram em mim, e o meu espírito suga o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.

Zurrará o asno montês quando tiver erva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?:

Pode se comer sem sal o que é insípido? Ou há gosto na clara do ovo?

Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são para mim qual comida repugnante.

Quem dera que se cumprisse o meu rogo, e que Deus me desse o que anelo!

que fosse do agrado de Deus esmagar-me; que soltasse a sua mão, e me exterminasse!

Isto ainda seria a minha consolação, e exultaria na dor que não me poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo.

Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que me porte com paciência?

É a minha força a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?

Na verdade não há em mim socorro nenhum. Não me desamparou todo o auxílio eficaz?

Ao que desfalece devia o amigo mostrar compaixão; mesmo ao que abandona o temor do Todo-Poderoso.

Meus irmãos houveram-se aleivosamente, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,

os quais se turvam com o gelo, e neles se esconde a neve;

no tempo do calor vão minguando; e quando o calor vem, desaparecem do seu lugar.

As caravanas se desviam do seu curso; sobem ao deserto, e perecem.

As caravanas de Tema olham; os viandantes de Sabá por eles esperam.

Ficam envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem.

Agora, pois, tais vos tornastes para mim; vedes a minha calamidade e temeis.

Acaso disse eu: Dai-me um presente? Ou: Fazei-me uma oferta de vossos bens?

Ou: Livrai-me das mãos do adversário? Ou: Resgatai-me das mãos dos opressores ?

Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.

Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o que a vossa argüição reprova?

Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?

Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.

Agora, pois, por favor, olhai para, mim; porque de certo ã vossa face não mentirei.

Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça; sim, mudai de parecer, que a minha causa é justa.

Há iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?

Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?

Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,

assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.

Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.

A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.

Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança.

Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem.

Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.

Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce ã sepultura nunca tornará a subir.

Nunca mais tornará ã sua casa, nem o seu lugar o conhecerá mais.

Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.

Sou eu o mar, ou um monstro marinho, para que me ponhas uma guarda?

Quando digo: Confortar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha queixa,

então me espantas com sonhos, e com visões me atemorizas;

de modo que eu escolheria antes a estrangulação, e a morte do que estes meus ossos.

A minha vida abomino; não quero viver para sempre; retira-te de mim, pois os meus dias são vaidade.

Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento,

e cada manhã o visites, e cada momento o proves?

Até quando não apartarás de mim a tua vista, nem me largarás, até que eu possa engolir a minha saliva?

Se peco, que te faço a ti, ó vigia dos homens? Por que me fizeste alvo dos teus dardos? Por que a mim mesmo me tornei pesado?

Por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; tu me buscarás, porém eu não serei mais.

Adicionar imagem
  • Do computador
  • De um URL
Você pode adicionar imagens relacionadas com "Job – Jó 6-1"  (jpg, gif, png)
Nome (opcional):

Comentários encerrados.